Neste artigo vamos falar da espécie lavandula angustifólia e não no Rosmaninho tão característico da paisagem portuguesa Lavandula pedunculata e Lavandula stoechas stoechas.
Da família botânica das labiatae, é utilizada pura com a sua bela flor lilás, em forma de hidrolato, em infusão ou em óleo essencial são inúmeras as utilizações desta planta. Na cosmética e perfumaria fica bem em todos os produtos sejam eles de lavagem ou de permanência na pele como os cremes.
Neste artigo vamos falar da espécie lavandula angustifólia e não no Rosmaninho tão característico da paisagem portuguesa Lavandula pedunculata e Lavandula stoechas stoechas.
Na história desta planta há lendas que remontam ao Jardim do Éden e ao antigo Egipto.
Os textos apócrifos e a Bíblia referem-se ao nardo (associando à lavanda), no “lava pés” por Maria Madalena a Jesus Cristo. Cleópatra utilizou esse óleo Nardium para seduzir Júlio César e Marco António.
Atribui-se a origem do nome aos Romanos que chamaram a esta planta Lavandula (designação científica lavandula angultifolia), que pode ter vindo do latim lavare, que significa lavar, ou do termo “livendulo” que significa lívida ou azulada.
Mas sabe-se que era conhecida como erva de cura, com qualidades antissépticas (os soldados levavam-na para tratar feridas de guerra), como repelente de insetos, para cozinhar, perfumar e em óleos para banhos. Espalhavam-na pelas casas, para fumegar quartos dos doentes e em cerimónias religiosas.
O primeiro registo escrito de cura onde está referida a Lavanda remonta a 50-70 d.C pelo Grego Dioscórides, médico botânico que recolhia e estudava plantas medicinais por todo o mediterrâneo.
Ainda hoje ela é usada para uma série de coisas maravilhosas… analgésica, antidepressiva, antifúngica, anti-histamínica, anti-infeciosa, antimicrobiana, regeneradora, sedativa, são apenas algumas características.
Para além de jardins magníficos amigos das abelhas, a infusão pode-se beber, e ainda se podem fazer compressas curativas, para feridas na pele e alívio de queimaduras.
Sob a forma de óleo essencial as aplicações são imensas. Na aromoterapia diz-se que em caso de dúvida utiliza-se a Alfazema para se ter uma noção das imensas qualidades e utilizações.
É uma ajuda preciosa em primeiros socorros no tratamento do acne, nas picadas de insetos, urticária, queimaduras, feridas e cicatrizes. Ajuda a induzir o sono, alivia o stress, cansaço mesmo em estados de exaustão. É um óleo equilibrante e também funciona muito bem em casos de depressão.
Cosmética Bio e caseira…
Sugestão: Coloca flores de Alfazema num frasquinho reutilizado (de compota, por exemplo) e junta-lhe 4 colheres de sopa de sal marinho grosso. Adiciona cerca de 15 gotas de óleo essencial de Alfazema e agitar para misturar. Opcionalmente podes ainda juntar 1 colher se sopa de óleo de amêndoa doce. Com estes sais podes fazer uma esfoliação direta na pele, fazer escalda pés e podes utilizar num banho de imersão relaxante e descontraído, após um dia stressante.
Dica: Nos dias que correm, podes juntar ao teu frasco de desinfetante neutro umas gotas de óleo essencial de Alfazema e quem sabe até fazer um pequeno spray de álcool 70º com algumas gotas de Alfazema. Que cheirinho maravilhoso e cheio de benefícios respiratórios…
Cuidados a ter na utilização desta planta:
Não tem contraindicações conhecidas. Por ter um grau de toxicidade extremamente baixo, é ideal para ser usado em crianças. No entanto, pode haver casos de alergia à planta e no caso do óleo essencial deve ser sempre utilizado seguindo as recomendações do produto.
Faz a tua horta de aromáticas Bio:
Aproveita o mês de Março e Abril, corta um caule com folha de um arbusto de Alfazema com pelo menos 2 anos. Corta pequenos segmentos com cerca de 7 a 10 cm de comprimento. Retira as folhas inferiores de cada segmento/estaca e coloca-a com substrato de enraizamento, enterrando no mínimo 2 cm. Rega o substrato para mantê-lo sempre húmido e a uma temperatura de pelo menos 20 ºC cerca de 2 meses. Planta-os com pelo menos uma distância de 60 cm entre plantas.
Esta planta é uma super amiga das abelhas, e faz um excelente Mel que nos beneficia a todos pelas suas propriedades únicas.
Curiosidade:
Enquanto o mel de Alfazema em França deriva da espécie Lavandula angustifólia ou Lavandula latifólia, em Portugal é mais comum o Rosmaninho ou Arçã, Lavandula stoechas stoechas, Lavandula stoechas luisieri, Lavandula pedunculata ou Lavandula viridis. Este mel tem uma cor clara e é rico em frutose, por isso é um excelente adoçante natural que só traz vantagens. Muitos estudos falam das suas propriedades anticancerígenas e como aliado no combate a doenças degenerativas.
Já experimentaste uma máscara de mel na tua pele do Rosto? Ui…este tema vai ficar para a próxima…há muito para contar!
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Queres saber mais sobre outras plantas que podes utilizar nos teus rituais de beleza, plantar e retirar o máximo de benefícios que elas têm para oferecer? Deixa-nos o teu comentário e partilha connosco as tuas dicas.
Em plena Gratidão e até já!
Eunice Carvalheiro
Bibliografia & Webgrafia:
www.uspranichealing.com, www.magiadailha.blogspot.com, www.fnap.pt, www.ncultura.pt, “Os segredos da Aromoterapia” – Sandra Ramos, “A minha horta é biológica” – Miguel Maria Brito e Isabel de Maria Mourão, “As plantas e a saúde” - Guia prático de remédios caseiros – Fernanda Botelho
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